Cinema e religião: Avatar, panteísmo e outras considerações

Não foi só o L’Osservatore Romano que considerou o filme “Avatar” como panteísta. Em artigo no jornal New York Times de 20/12/2009 o escritor e crítico de cinema Ross Douthat já havia exposto esse ponto de vista.  De acordo com ele, “o panteísmo tem sido a religião de escolha de Hollywood durante toda uma geração” e cita Dança com Lobos, Guerra nas Estrelas, O Rei Leão e Pocahontas como exemplos disso.

No Washington Post de 03/01/2010, há uma reportagem de Robert W. Butler no qual o autor afirma que os filmes em cartaz neste início de ano estão permeados de religião, ou “espiritualidade”. O editor associado sênior da revista Christianity Today e o editor do site HollywoodJesus.com, Greg Wright, creditam ao filme de Mel Gibson, Paixão de Cristo, lançado em 2004, a inspiração para essa leva de filmes com mensagens religiosas.

Já o professor do mestrado de comunicação da Universidade Anhembi Morumbi, Luiz Vadico, questiona a religiosidade destas obras (com exceção de Paixão de Cristo) em entrevista concedida à revista IHU On-Line publicada em 16/01/2010. No caso de Avatar, por exemplo, observa que o apelo tem sido mais focado na tecnologia com a qual é produzido que em questões espirituais. Além disso, afirma que os filmes citados por Douthat no NYT precisam ser contextualizados para não perderem o sentido. Para ele, tais obras geralmente trazem “uma miscelânea de conceitos fragmentários retirados do imaginário religioso que não tem significado profundo nenhum”.